terça-feira, 27 de maio de 2008

plutão - makely ka

"Estou aprendendo a viver só;
Estou aprendendo a viver só;
Não sinto mais falta da voz em seus versos;
Não sinto mais falta do som de seus passos.

Estou aprendendo a viver sem;
Estou aprendendo a viver sem;
Não sinto mais falta de ar se você não vem;
Não saio mais fora do ar eu fico bem.

Estou aprendendo a ser forte;
Estou aprendendo a ser forte;
Não sinto mais falta do corpo não penso em morte;
Não saiu mais fora do corpo não sinto o corte.

Não sinto mais falta de nada aprendi a viver da falta que você me faz.
Agora até mesmo quando bebo água a magoa dessa sede é o que me satisfaz."

segue abaixo o link do vídeo refetente ao texto acima:


Música: Makely Ka
Vídeo: Oswaldo Teixeira
Carta: Robert Desnos
reescrita em português por: Ventura e Pedro Costa

"Aprecie sem moderação"!!!

quarta-feira, 21 de maio de 2008

los macaquitos

De onde surgiram não se sabe, apenas apareceram numa manhã ou tarde qualquer de um dia qualquer e em qualquer hora, soubemos apenas que fome tinham e que era muita, pois felizes ficaram ao encontrar cachos de banana para todos do bando, são bem democráticos pelo menos no quesito alimentação. De quem são também não se sabe, acho que não pertencem a ninguém, são extremamente livres. Acabaram se perdendo num quintal quaisquer, de preferência num local cheio de árvores e espaço para quem não ocupa tanto lugar. Eu os vi, foi apenas uma vez e bem rápido. Dizem as más línguas que são clandestinos vindos do México, outros que são espiões internacionais da FBI a procura de fugitivos perigosos que se escondem em cidadezinhas paradas do interior, pois julgam que seus habitantes são ingênuos.
O fato é que surgiram, sumiram e nunca mais voltaram. Muito suspeito.

café com prosa II

Participei de uma prosa, ouvindo causos, muitas mentiras e lembranças do tempo de criança. Este não foi com a minha avó, mas fizeram parte pessoas com idade semelhantes à dela e com a mesma vontade de viver. A cumplicidade deles em achar graça, escutar e discutir o assunto me surpreendeu, pois por mais que a nossa imaginação nos ajuda a compreender, eles lembravam exatamente como foi, como aconteceu e então a prosa rendia perfeitamente bem. Estava tudo maravilhoso, o cenário, o ambiente, as quitandas, o café, os belos artesanatos e até a fumaça do fogão de lenha, tudo conspirava a favor.

Parabéns a todos que participaram da organização, aos nossos idosos e aqueles que sabem apreciar uma bela prosa e um café quentinho feito na hora.

terça-feira, 20 de maio de 2008

café com prosa

Parecia que havia retornado a infância, a adolescência, à época da mini-saia e da brincadeira de casinha com as poucas amigas.
Cheguei do serviço eram umas 15:30 horas arrumei carona para descer isso facilitou bastante no trajeto. Pela primeira vez não quis fazer nada, me refiro a deveres de escola. Então, sentei-me no sofá ao seu lado, neste instante estava fixada na tv que nem me ouviu cumprimentá-la estava assistindo ao canal que mais adora o qual sempre passa missas, rezas e o padre Marcelo Rossi é realmente seu ídolo religioso.
Eu novamente a cumprimentei e desta vez fui ouvida, pois estava passando propaganda naquele momento. Como todas as vezes que nos encontramos ela disse – Está sumida e eu como sempre – Estou nada. Então me ofereceu café e perguntou se eu havia almoçado eu disse que sim e fui tomar uma xícara de café sempre muito doce.
O programa o qual assistia havia acabado então ela desligou a tv e começou a falar.
Eu mal compreendia as palavras fracas de cansaço e emboladas que pronunciava com pressa, como se o tempo fosse curto demais, mesmo após tanto tempo de vida a hora ainda incomodava.
Seus olhos brilhavam ao contar histórias de todos os tipos e não havia pausas de uma para outra, estava realmente com pressa e eu não conseguia entender o porque. Contou-me algumas coisas sobre o trabalho o qual praticava há muito tempo e não pretendia parar tão cedo com aquele oficio que virara a coisa mais importante de sua vida desde o falecimento de sua filha, essa história foi realmente marcante para que ela se tornasse quem é hoje. Contou-me também sobre sua infância eram muitos irmãos e poucos brinquedos por algum motivo esse assunto não rendeu muito.
Aos poucos fui reparando nela, suas expressões, seu sorriso e suas mãos que alisavam as pernas enfim de fora, pois sempre estava coberta por meias de lã. Ela sente muito frio mesmo no verão. Então perdi parte da história que agora envolvia ela e suas rosas tão bem cuidadas.
Fiquei encanta com aquele momento de poucas horas que não havia vivido ainda, pelo menos com ela. Então me levantei, peguei a mochila e sai, pensando em nunca deixar de viver novamente aquele emocionante café com prosa com minha amada Avó Luzia.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

ahhh..., pagam sim!!!!


Acho que agora caiu a ficha para determinadas pessoas que são muito bem informadas sobre os direitos de ir e vir e blá , blá, e blá... Mas que não colocam em vigor aquilo que gostam tanto de ressaltar que sabem e que compreendem tão bem.
O fato é que pagam, sim! Sempre pagaram calados, mesmo sabendo desses direitos de “não pedi”, “não queria” e “só vim tomar uma bebida”. Eu no meu estado crítico no determinado momento entendi perfeitamente a razão óbvia de não precisar pagar. É verdade que não sabia desta tal lei e não tenho vergonha nenhuma de dizer isso, e para ficar bem expresso aqui vergonha é uma coisa que não está mais presente em meu extenso e volumoso vocabulário, não era em caso algum vergonha e sim o meu direito de ser entendida qual eu entendi. Se quisessem gritar, quebrar, fazer um estardalhaço, francamente por mim... Talvez não ajudaria, mas também não atrapalharia no protesto dos indigentes.
E se são tão certinhos quanto aos direitos mesmo com poucas opções de lazer deveriam freqüentar locais onde não se irritariam tanto com o couvert artístico, os garçons e principalmente os donos do lugar.
Na verdade eram R$ 1,50 e aparecia que a música está agradando a esses que não pediram e não queriam ouvi-la. Em alguns casos esses até ajudam os músicos com seus instrumentos de bolsos exemplo gaitas e outros, utilizando o microfone do cantor e fazendo suas artes agradando ou não os outros clientes “idiotas” que vão pagar por o que não queriam, saíram no intuito de irem para um lugar onde se ouvisse apenas grilos e sapos nas suas danças de acasalamento, seria ótimo, mas eu fico com os músicos.
Volto a ressaltar, prefiro pagar sem saber daquele determinado direito, a saber, e pagar mesmo assim (taciturno) e depois dizer que os
DISCRETOS SÃO OS AMIGOS DA MESA.

quarta-feira, 7 de maio de 2008

para um revolta visceral...


Capazes, como são?

Seria algo relativo mas, não há relação que possa explicar independentemente do motivo, circunstâncias ou decorrência seres que possuam vida em raciocínio cometam atos tão insanos contra a vida de outras pessoas.
E isso é o que mais vemos nos últimos tempos, de segundo em segundo notícias ruins correm pelos ouvidos e escorrem pelas lágrimas, e o sofrimento caminha junto com a lentidão daquilo que será feito com estes seres incapazes de entender que a vida é só uma passagem, é necessário comprá-la e não esquecer o troco.


NÓS SOMOS NOSSOS FINS...

segunda-feira, 5 de maio de 2008


prateleira cheia de livros diversos
sobre a pia copos sujos
ouvisse a rádio que chia
e a geladeira sempre vazia
luz fraca ilumina o pouco espaço
a noite inteira
ouvindo passos.

danúbia pessoa

varal


Coma a maça
sugue do sumo
e mate toda sede
desfrute da fruta fresca
depois plante
a semente do resto
cultive com talante
mas, não espere
que algo cresça.
D.Pessoa

o barulho da folha caindo no nada...

TEXTO PARA A ORELHA DO LIVRO


Entre outras coisas, Marden diz procurar uma poesia outra coisa. Persegue-a, de modo insistente, entre atalhos e outros caminhos, entre o fundo e a superfície, entre o tudo e o quase, entre versos assim... Em certos instantes, arrisca encontrá-la e arranca aplausos ao desespero. Mas, em seguida, retoma: Não! Hoje não é poesia. E a busca continua... Entre outras palavras, outras imagens, outros ritmos, outros versos, enfim, entre outras páginas entre tantas coisas. A poesia do livro em busca da vida, e vice-versa: poesia outra coisa. Para muitos a palavra é consolo, para Marden ela se inscreve entre a alma e o osso.
Carlos Augusto Novais


para um adeus poético


...e morrer,

num entardecer

enfim chuvoso e trágico,

em uma montanha alta, distante...

De onde se avistasse ao longe crianças

com o pensamento... elas e

o "trenzinho caipira"... nos tambores e flautas

indígenas, tocados por uma tribo já extinta e não

sabida, da qual nem eu soubesse fosse filho também.


marden assis



Não digo que é o melhor
nem espero que acreditem.
Mas, recomendo...
por não matar.
E se matasse, morria feliz;
pois eu já li.
D.Pessoa

estado terminal


minha estante
pendurada no abismo
amarrada com um fio fino de cabelo loiro
pequenas peças preciosas
e nenhum valor calculado
faiscas do sol de um uma tarde nublada
e lá embaixo
onde passa um riacho
verde vesgo e verídico
à espera...
daquilo que chegará ao fim
pois muitos ficarão no caminho
torto e triste
da queda
do nada!



D.Pessoa

pertencer...


"Tenho certeza de que no berço a minha primeira vontade foi a de pertencer. Por motivos que aqui não importam, eu de algum modo devia estar sentindo que não pertencia a nada e a ninguém. Nasci de graça."

"Com o tempo, sobretudo os últimos anos, perdi o jeito de ser gente. Não sei mais como se é. E uma espécie toda nova de "solidão de não pertencer" começou a me invadir como heras num muro."

Clarice Lispector