sexta-feira, 27 de junho de 2008

levei dois pontos na testa
foi um acidente
pulei de cabeça nas letras.

D.Pessoa

nos relances de cada piscada
vejo (?)
seus vultos...
muitos!
uma angustia então me invade
sinceridade!
queria muito dois palitos de fósforo


D.Pessoa

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Foto: Ivan Loyolla

sábado, 21 de junho de 2008

noite noturna

toco o vadio violão vil
em meio à brisa noturna
dou uma grosseira golada
nas melodias nuas e cruas

ligo a tela azul da tv
nada no mundo me interessa
desligou a tela azul da tv
com minuciosa pressa

tento o domínio dormir
mas o sono nervoso não vem
os carneirinhos ficam
num tenebroso vai e vem

minha corretiva cerca
não existe?!
foi feita
sobre lama fresca

vejo a luz, janela iluminar;
a do luar, lerdo, lamber;
as estrelas e depois...
adormecer


D.Pessoa

quinta-feira, 12 de junho de 2008

oração das encalhadas


"São Baltazar, eu quero casar.
São Benedito, com um cara bonito.
São Benevolente, que seja decente.
São Luiz, que me faça feliz.
São Manoel, que seja fiel.
São Edmundo, que não seja de todo mundo.
São Tiago, que não seja viado.
São Irineu, que ele seja só meu.
São Virtuoso, que ele seja gostoso.
São Raimundo, que não seja vagabundo.
São Benjamim, que ele goste de mim.
São Vicente, que ele seja quente.
Santa Guiomar, que ele saiba me amar.
São Pedro, que ele me ame sem medo.
São Gabriel, que ele seja doce como mel.
São Simão, que ele não seja um bundão.
São Malaquias, que ele me ame todos os dias.
Santo Agostinho, que ele faça direitinho.
São José, que " ele " esteja sempre de pé.
São Nicolau, que seja grande o seu... coração! "

Comentário: Essa é velha mais, é bacana!!!! neh?!

suícidio mental

estou em plena depressão
não sei onde se encontra o chão
quais as cores do céu
em seu extenso e volumoso véu
vejo coisas assombrosas nas nuvens
quem é rubens?!
essa interminável escada rolante
subindo e descendo
ideias...
um suicídio mental.

D.Pessoa

lama - luxúria




"Não, não dá mais tantas voltas não
se chicoteia assim por qualquer perdão
todo esse teatro não impressiona
por maior que seja sua recompensa"
Não se importe tanto assim
com sua imagem decadente enfim
nada adianta depois se lamentar
por maior que seja sua displiscência
Volta ou vai embora meu amor
sem ameaças ensaiadas na frente do espelho
o caminho mais fácil
nem sempre é melhor que da dor
Dê uma chance pra vida te mostrar
um jeito menos doloroso de se despedir
não seja assim tão dura com as palavras
lave bem suas mãos antes de se decidir
tira essa lama das botas
antes de me dar as costas"

Comentário: Luxúria é uma banda brasileira formada na cidade de Jacareí.
Os integrantes
Meg Stock e Luciano Dragão se conheceram em Jacareí interior de São Paulo,Dragão chamou Meg para participar de uma banda que ele estava montando(Boneca Inflável), que conseguiu um maior destaque após abrir um show da cantora Pitty. . A banda mudou seu nome para Luxúria e começou a figurar nos maiores festivais do país, como o MADA, em Natal, o Porão do Rock, em Brasília, Go Music, em Goiânia, o Ceará Music em Fortaleza, entre tantos outros, a banda ainda abriu 3 dos 4 shows da banda Evanescence 2007. A banda fez parte da trilha sonora da novela teen Malhação com as músicas Lama e Ódio.


segue a abaixo o link do vídeo clip da banda:


vale a pena uma visita.

=D

quarta-feira, 11 de junho de 2008


Posso ficar horas nesta posição;
enquanto a vida passa...
Estremeço, quando a brisa fria toca
minhas células quase inúteis.
Ouço, meu nome em vão.
Me matei por amar (os) demais.


D.Pessoa

sábado, 7 de junho de 2008

"jurei mentiras e sigo sozinha...


...assumo os pecados."


As respostas
estão expostas
amontoados nos lençóis
e nos estados refratários
nas imundas ruas sujas
levadas com lágrimas
derramadas...
pela sua incapacidade
nas cidades
criadas e jamais fundadas
Respostas...
procure na pedra
que pedra?!
Essa que você caiu de cabeça
quando nasceu.

D.Pessoa
Vou jogar fora
Alguns poemas
apenas palavras a mais
Já outros não
Valem a pena
De um gavião.

D. Pessoa

Esta noite será diferente
Não vou querer nada
Mesmo que seja barato
Muito obrigada!
Rapaz de blusa listrada
Mais ficarei a espera
Do solo de guitarra.


D.Pessoa

sexta-feira, 6 de junho de 2008

eu vô bebe p/ esquece meus poblemas.

Nus! esse num tem solução...
Sem citar nomes conheço uma galera assim.
"Vamu cê filiz, cambada!" mas, com moderação.

amigos que sofrem...

que dureza!!!!

que phoda!!!

...e ele não pode escolher o sabor.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

cafada

Aqueles cachos eu não sei de quem era
Trigos...
Vestidos com seus mantos solares.
Às vezes leãozinho
Soltos no vento
Mais mansos quanto penteados
Secos ou molhados
São meus esses fios dourados.





D.Pessoa

segunda-feira, 2 de junho de 2008

poesia todo dia

Poesia não é feita só para ler.
É para pensar, criar, inventar, brincar, aprender!

Convite - José Paulo Paes

Poesia é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca
com elas mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?

A poesia não é muito “levado” a sério por um grande número de pessoas. Até mesmo na área da educação, onde muitas vezes não vemos nas escolas incentivos para a leitura de poesia e demais, com crianças recém chegadas. È necessário que desde o primeiro contato, a escola, através de projetos, brincadeira e etc, mostre para seus alunos o extenso universo poético e às infinitas possibilidades da palavra. E essa falta de contado das crianças com o meio poético ocorre pelo fato de muitos adultos acharem que a poesia é um recurso sofisticado demais para elas, em parte porque, na correria do cotidiano esquecemos da nossa própria... Poesia!

Mamar na leitura

Se chorar, dê de mamar;
Alimente, a sua semente;
Todo dia, poesia.

D. Pessoa


face fácil


Dos cabelos te dou moradia
Na inexistente canção
No trato do prato de todo dia
Nos olhos vejo sua versão

Na inexistente canção?
Traduzida pelos fatos fúteis
Na melodia do sim e do não
Delicada em nossa união

No trato do prato de todo dia?
Fingindo não ter...
A verdadeira face oculta
Da máscara macia ao derreter.


D. Pessoa

nada de mim


Nas palavras suas soltas suaves
Passeio pelos verdes vesgos versos
Piso em ruídas ruínas rimas
Em iluminados instantes incertos

Passos curtos calmos cavados
Lendo, vejo a luz leitura do livro;
Permaneço enfim momentos mudos
A espera da esperança encontrar.

Caminho pelas palavras no ar
Mas prometo jogá-las no
mar mar mar

D.Pessoa

vozes duras


Tranqüilamente sonhos contigo
Vestidos em vestes nuas
Nossas vozes entrelaçadas
No silêncio do ar quadrado.

As almas enfim juntas
Libertam os sãos desejos
Assemelham enfim os talantes
Em longos e perdidos beijos

Os olhos não vêem e nem sabem
Onde se encontra o ventre
E permanecem entre
O procurar e não encontrar.

D. Pessoa

ilusão


Corri dos elefantes africanos
Com os barcos venezuelanos
Tropecei nos montes peruanos
Enquanto observava os indianos

Usei chapéu mexicano
Para me disfarçar das múmias
Deparei-me com cantores jamaicanos
Enquanto lixava as unhas

Lutei na guerra iraquiana
Vestida como uma gueixa
Ouvindo música indiana
Bebendo café com ameixa

Chorei lágrimas secas
Nas nuvens vi o mar
Li nas placas da cerca
Aonde posso chegar

Dancei a dança do ventre
Ao nascer
E permaneci entre...
O sonhar e o amanhecer.

D.Pessoa